Araraquara parou ontem, 26, para protestar. Foi a maior manifestação popular já realizada na cidade. Os números vão de 3,5 mil, segundo a Polícia Militar, a 13 mil, segundo cálculos baseados em imagens feitas dos prédios. Para os organizadores, 8 mil pessoas participaram do ato.

Mas não é a precisão matemática que importa. O fato é que Araraquara foi para a rua e gritou suas queixas. Mesmo quem não aderiu à passeata, apoiou o grupo, acenando ou piscando as luzes nos apartamentos.

A população quer falar, quer reclamar. Há quem diga que as pessoas não sabem explicar seus motivos, mas todas elas têm uma certeza: do jeito que está não dá pra ficar. E os alvos das queixas são, logicamente, os poderes constituídos. Executivo, legislativo e judiciário, das esferas municipal, estadual e federal estão acuados.

No âmbito local, o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) foi muito criticado, tanto ao microfone, pelos grupos que colaboraram na organização do ato, quanto nos cartazes. Uma tampa de privada aberta trazia os seguintes dizeres: “Barby: aqui é o seu lugar”.

O PT também foi alvo das criticas dos manifestantes, tanto a bancada de vereadores da cidade, quanto o governo federal da presidenta Dilma Roussef. Apesar das “bordoadas”, os vereadores do partido estavam na manifestação, sem bandeiras, e foram respeitados. Pessoas de outros partidos, como o PMDB e o PSDB, também estavam presentes, mas não os eleitos.

Um pequeno grupo, como na maioria das manifestações Brasil a fora, não respeitou o pedido de paz e atirou fogos de artifício contra o prédio da Prefeitura. Não houve reação da Polícia e ninguém se feriu. Imediatamente, as pessoas que se manifestavam pacificamente no ato se manifestaram contra o ataque ao Patrimônio Público.

O ato unificado teve a colaboração de vários movimentos sociais, como o Transporte Justo, Movimento Reage Araraquara, Dia do Basta, Mobilização Estudantil – Araraquara e sindicatos, como o SERA/Feraesp e o Sismar, com muito orgulho.

Clique aqui para assistir ao programa Sismar Agora, gravado dia 24, que tem como entrevistado o membro do Movimento Reage Araraquara, falando um pouco sobre as intenções do ato unificado.