A Gerência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego de Araraquara (GRTE) está investigando, com o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (SISMAR), as condições de trabalho nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

Já foram realizadas duas audiências nas quais os funcionários puderam expor as situações críticas que vivem diariamente nas unidades, como a falta de materiais básicos, de segurança, de medicamentos e de funcionários, além de equipamentos quebrados, e superlotação.

No último encontro, realizado na manhã desta terça-feira na GRTE, o secretário de Saúde de Araraquara, Álvaro Guedes, admitiu alguns problemas, como a falta do medicamento Benzetacil (antibiótico à base de penincilina), mas negou outros, como a necessidade de segurança 24 horas nas UPAs.

A pedido de Milton Bolini, gerente regional do Ministério do Trabalho, o SISMAR fará diligências nas UPAs, acompanhado de integrantes da Secretaria Municipal de Saúde, e elaborará um relatório dos equipamentos quebrados e dos medicamentos que estão em falta. O documento será entregue na próxima audiência, marcada para o dia 9, terça-feira, ocasião em que também será apresentado pelo Sindicato um levantamento das agressões sofridas por funcionários durante sua jornada de trabalho.

Durante a semana, será realizada uma reunião entre Sismar, servidores e Prefeitura para que a Administração apresente uma proposta de reorganização do trabalho e das equipes, em uma tentativa de reduzir os impactos causados pela falta de funcionários.

Médico falso

Uma denúncia gravíssima veio à tona em meio aos debates sobre as condições de trabalho nas UPAs. No dia 19 de agosto, um jovem médico desconhecido atendeu pacientes na UPA Central. Ele não de identificou e foi embora assim que as desconfianças sobre ele surgiram. A possibilidade de exercício ilegal da profissão está sendo apurada internamente pela Prefeitura, segundo informaram os representantes da Administração à GRTE.

Internações

As audiências na GRTE trataram também da falta de leitos para internação em Araraquara. Ocorre que as UPAs não têm estrutura para manter pacientes internados, não tem banheiro adequado nem fornece refeições, porém chegou a manter um paciente com suspeita de gripe H1N1 “morando” por cinco dias na UPA da Vila Xavier.

Álvaro Guedes explicou que estaria reativando a Central de Regulação de Vagas , com conclusão prevista para os próximos 20 dias, e também tomando outras providências que se propõem a resolver o problema das vagas pra internação no prazo de quatro meses. O Ministério do Trabalho irá acompanhar o andamento das promessas.

Limpeza

Depois de fazer acusações contra os servidores, a Prefeitura admitiu, na audiência na GRTE, que o material de limpeza que “sumiu” da UPA Central, teria, na verdade, acabado rápido por ter sido mal utilizado, por causa da falta de treinamento das trabalhadoras da empresa terceirizada Soluções.

O SISMAR ainda questionou à Secretaria de Saúde se a alegada entrega dos materiais pela Soluções teria mesmo sido efetuada, pois diversas manifestações de servidores daquela unidade dão conta de que não ocorreu a entrega. O assunto também continua na pauta da próxima audiência.